A Ilha das Cobras, considerada por muitos como a ilha mais perigosa do mundo, recebeu nesta semana uma equipe de reportagem da BBC, com sede em Londres, no Reino Unido. O local é alvo de diversas reportagens de veículos de imprensa de todo o planeta.
Na ocasião, os profissionais da televisão estavam seguidos através da bióloga e doutoranda da Unesp de São José do Rio Preto, Ligia Amorim, que tem um trabalho importante a respeito da biologia desta espécie na ilha do Litoral Paulista.
O trabalho dela, ainda em desenvolvimento, chama-se “Estratégia reprodutiva de Jararacas Insularis na Costa do sudeste do Brasil”, já que existem outras ilhas nesta área do país com Jararacas endêmicas.
O Diário não conseguiu outras informações a respeito da finalidade da reportagem, mas essa matéria conseguirá ser atualizada.
Jararaca Ilhoa
Conforme o Portal do Butantã, “a jararaca-ilhoa (Bothrops insularis) é uma moradora muito especial da Ilha da Queimada Grande, conhecida como “Ilha das Cobras”, no litoral sul de São Paulo. Por ser descoberta exclusivamente na ilha, tem características diferentes das suas irmãs jararacas continentais.
A primeira transformação é ligada ao ambiente, separada em um pequeno espaço coberto através da Mata Atlântica, a espécie desenvolveu hábitos alimentares adaptados ao local e caça principalmente nas árvores, abocanhando as aves que migram para a ilha. Apesar de arborícolas, elas também são avistadas no chão da mata, em diferentes momentos do ano.
Por frequentar mais a vegetação, seu corpo parece ter se modificado no decorrer de gerações. Ela é menor e mais leve que a jararaca continental, com uma cauda longa, adaptada para agarrar e escura na ponta, possivelmente usada para imitar larvas de inseto e atrair apreendidas. Sua cabeça é maior e as apreendidas menores comparadas às suas parentes.
As jararacas ficaram separadas na Ilha da Queimada Grande existe 11 mil anos, depois de a era glacial. Com o aumento das temperaturas, o nível das águas subiu e separou o território do continente, junto com um certo número de jararacas.
No decorrer desse momento, essas jararacas separadas foram se adaptando e se diferenciando de suas irmãs que ficaram do outro lado do mar.
Por ser uma cobra com história evolutiva tão interessante, a jararaca-ilhoa é um grande alvo de biopirataria – ou seja, traficantes de animais costumam retirar exemplares da ilha e vender ilegalmente, o que põe em risco sua existência.
Esse é o motivo através do qual a espécie fica criticamente ameaçada de extinção, conforme a International Union for Conservation of Nature (IUCN) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Ilha Queimada Grande
Fica localizada a 35km da costa continental, entre Peruíbe e Itanhaém, tendo as dimensões de 1500 x 500m². Conforme o site de Itanhaém, a placa que existia na Ilha Queimada Grande alertando para as cobras venenosas, desapareceu. Foi arrancada através do tempo. Mas para os pescadores da área o aviso era desnecessário.
Todos sabem que a ilha não é um lugar receptivo e jamais desembarcam lá. São esses homens do mar os responsáveis através do nome da ilha. Cientes do risco que corriam ao desembarcar em terra firme, eles ateavam fogo na mata costeira para afugentar as serpentes.
A técnica deu origem à denominação Queimada Grande, mas foi incapaz de ameaçar o reinado da Jararaca-Ilhoa.
O desembarque na Ilha Queimada Grande é proibido. Não existe extensão de praia devido à pouca presença de areia ao redor da ilha. Tem duas elevações: a primeira mais plana onde se localiza um pequeno farol e a segunda constituída por uma elevação de 206 metros.
Não existe praias nem enseadas que possam melhorar o desembarque, que é feito nas plataformas rochosas, de grande quantidade de limo, o que torna ainda mais difícil. Sua vegetação é composta por árvores altas, formando maciço bosque.
Com informações do Diario do Litoral