O Estado de São Paulo foi condenado a indenizar um morador de Itanhaém que ficou com um fio guia alojado em seu coração depois de cirurgia em São Vicente. Vanes de Jesus da Silva, de 47 anos, é diabético e fazia tratamento por sofrer com insuficiência renal grave.
A decisão foi proferida através do juiz Paulo Alexandre Rodrigues Coutinho, da Primeira Vara de Itanhaém e o estado precisará pagar R$ 50 mil ao homem. Cabe recurso.
O paciente realizava, desde julho de 2022, sessões de hemodiálise em uma clínica prestadora de serviço ao SUS (Sistema Único de Saúde) no município de São Vicente.
Na hemodiálise é feita a inserção de um cateter na área do peito, com o auxílio de um fio-guia.
No mês de abril de 2023, Vanes colocou uma fístula arteriovenosa, dispositivo que tem a mesma função do cateter, para continuar o tratamento.
Devido à inserção da fístula, o cateter foi retirado do corpo do paciente, mas o médico não percebeu o fio-guia, que ficou entre a jugular e o átrio direito do coração dele.
O paciente iniciou a sentir dores no peito e foi submetido a uma radiografia de tórax que constatou o fio alojado em seu corpo. O homem recorreu ao SUS para fazer uma cirurgia com o objetivo de retirar o fio-guia, mas não conseguiu marcar uma data.
O Estado foi notificado no dia 2 de janeiro de 2024 que precisaria fazer a cirurgia no período de 15 dias. Entretanto, o procedimento só foi feito no dia 20 de março, 60 dias depois do período definido.
Através da demora em fazer a cirurgia, a Justiça de São Paulo condenou o estado a indenizar o paciente em R$ 50 mil por compreender que houve falha na prestação do serviço hospitalar concedido através da clínica, que é conveniada através do governo paulista.
Além do que, também precisará arcar com os honorários advocatícios da defesa da vítima e com os custos das despesas processuais.
A defesa de Vanes afirmou que pretende processar o estado por danos morais visto que a doença renal do paciente está em estado avançado e que ele se mantém debilitado.
A Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo afirmou que a cirurgia foi feita, mas não explicou o porquê da demora. O procedimento não foi feito nos hospitais da Baixada Santista devido a sua complexidade, por isso a transferência para o Dante Pazzanese. O estado não informou se pretende recorrer da decisão que o condenou a indenizar o paciente.
Fonte: Diariodolitoral