A construtora FG é a responsável através da obra da Senna Tower, um projeto de arranha-céu em colaboração com a marca de Ayrton Senna que pretende ser o edifício residencial mais alto do mundo, com 500 metros de altura planejados. A construção vai ocorrer em Balneário Camboriú, cidade do litoral de Santa Catarina.
Um Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) apresentado através da prefeitura, necessário para a liberação da obra, exibiu que o arranha-céu vai gerar sombra sobre a praia de Balneário Camboriú. Isso aconteceria durante o verão, momento em que o município recebe mais turistas. De acordo com a Secretaria de Turismo de Balneário, foram 1,5 milhão de pessoas na última temporada.
A Secretaria de Planejamento Urbano de Balneário Camboriú afirmou que o EIV para a aprovação do arranha-céu foi feito por uma comissão especial, que exibiu que a sombra ocorre em uma parte da faixa de areia, às 17h da tarde, na direção do bairro Barra Sul.
Entretanto, como reportou a Folha de S.Paulo, o estudo exibiu que a sombra na praia pode começar às 14h em alguns momentos do ano. Esse documento, de abril de 2022, foi feito por uma empresa terceirizada, contratada através da construtora FG.
O que a empresa alega
Procurada através da Folha, a construtora afirmou que a localização do edifício, no bairro Barra Sul, minimiza os possíveis impactos de sombra na praia. A sombra, segundo a empresa, seria só por um “curto período de tempo”.
A FG também perguntou o estudo que aponta a formação da sombra. “O que consta no EIV é uma curva da incidência do sol em toda a orla e não especificamente que o empreendimento irá gerar sombra às 14h”, afirmou a construtora ao jornal.
O projeto da Senna Tower foi aprovado através da prefeitura da cidade no mês de julho de 2024. O projeto de moradia de luxo tem um investimento de em torno de R$ 3 bilhões, com 204 apartamentos planejados, 18 “mansões suspensas”, quatro coberturas duplex e duas “mega coberturas triplex”.
O município de Balneário Camboriú, fundada em 1964, já iniciou a ter edifícios altos desde os anos 1970. É o segundo menor município de Santa Catarina, um dos fatores para a construção de edifícios ali. Mas esse não é o único motivo: segundo o índice Fipe Zap, ela é o município com o metro quadrado mais caro do Brasil. Muitos desses apartamentos são comprados para especulação imobiliária.
O município concentra sete dos dez maiores edifícios do Brasil, com alguns ainda em fase de construção. A Senna Tower deve ser bem maior que todos os outros edifícios da cidade; o One Tower, da mesma construtora, é atualmente o segundo edifício mais alto do Brasil, com 290 metros. As torres do Yachthouse Residence Club, na mesma cidade, ganharam 13 metros com pináculos em 2024 e passaram para o topo do pódio.