No mês de agosto de 2024, em meio às obras na capital paraense para preparar o município para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá no mês de novembro de 2025, uma proa de embarcação de metal foi detectada na Avenida Visconde de Souza Franco, durante o trabalho.
O achado é uma descoberta arqueológica que, segundo pesquisadores do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), é única para a área. Até então, não existiam registros de descobertas semelhantes a contar de escavações realizadas durante processos de licenciamento para obras públicas no Centro Histórico de Belém.
Na última segunda-feira (13), a Secretaria de Estado de Obras Públicas (Seop) informou que a proa (a parte da frente do casco de um navio ou barco) foi retirada do local da descoberta e foi levada para o estacionamento de uma faculdade particular. O trabalho foi feito em etapas, e a proa foi dividida em três segmentos para preservar que a remoção fosse bem-sucedida, sem prejudicar a peça.
Conforme o Iphan, “a embarcação nos possibilita refletir sobre a história da formação urbana da cidade e como, ao longo do tempo, a sociedade modificou suas relações com os rios e igarapés, que eram as vias de locomoção antes do aterramento e asfaltamento de Belém.”
O Instituto também reflete sobre a necessidade histórica do local, que já foi personagem principal nas relações econômicas e portuárias da cidade em séculos passados — uma identidade hoje distanciada da baía paraense.
Belém é conhecida por seu alto potencial arqueológico, particularmente no que diz respeito à chegada dos europeus ao Brasil. Existe, claro, uma fiscalização rigorosa para a proteção do Patrimônio Cultural.
Na faculdade, a proa passará por um processo de restauro, para que, em seguida, seja direcionada a um museu.