Todo mundo que nasceu nos anos 1990 certamente tem um espacinho especial para as Tartarugas Ninjas no seu coraçãozinho. Os mutantes de Nova York já protagonizaram muitissimos games que fizeram parte da nossa infância, então todo título inédito é bem-vindo em nome da nostalgia. Teenage Mutant Ninja Turtles: Splintered Fate é a novidade da vez, introduzindo as tartarugas no mundo cruel dos roguelites.
À primeira instância, você inevitavelmente vai comparar este jogo com Hades – o que é muito bom! Hades é uma das maiores referências do gênero, então não existe problema nenhum em tê-lo como inspiração. Splintered Fate é basicamente um “mod” que substitui a mitologia grega através do universo das tartarugas; no final, encerra sendo mais divertido do que parece.
Resgate interdimensional
Em Teenage Mutant Ninja Turtles: Splintered Fate, o Clã do Pé sequestra o Mestre Splinter, obrigando o quarteto a começar em uma missão de resgate. Todavia, o Destruidor e seus ninjas possuem alguns truques novos na manga, contando com portais interdimensionais para atrapalhar o progresso das tartarugas. Sempre que são derrotados, eles são enviados de volta para sua casa nos esgotos de Nova York, tendo que recomeçar o trajeto com leves mudanças.
Originalmente, este era um jogo mobile lançado exclusivamente no Apple Arcade, então o port do Switch recebeu algumas novidades para deixá-lo mais interessante. A maior delas é a possibilidade de jogar em co-op de até quatro pessoas, cada um assumindo uma tartaruga. O jogo fica mil vezes melhor e mais fácil dessa maneira, mas ainda funciona perfeitamente bem se jogado em singleplayer.
Somente as quatro tartarugas tradicionais são jogáveis: Leo, Don, Mick e Raph. Cada um tem seus próprios atributos e habilidades, sendo mais eficientes em alguns pontos e pecando em outros. Jogar em multiplayer cria a possibilidade de montar uma equipe completa e perfeitamente balanceada, o que justifica o fato do jogo ser tão difícil quando jogamos sozinhos.
Ainda assim, Splintered Fate é um roguelite bem acessível, permitindo ativar um ‘Easy Mode’ sempre que desejar e contando com salvamento automático em cada sala. Caso você precise desligar no meio de uma partida, seu progresso não será perdido!
Esmaga botões
Assim como Hades, o jogo adota uma câmera isométrica, que nos dá visão de um ponto elevado. Os gráficos estão bem longe de serem impressionantes, mas se tratando de um jogo mobile, podemos dar um desconto. Minha única crítica é em relação ao enquadramento da tela, que encerra cortando alguns elementos nas extremidades. Isso realiza-se até mesmo no modo portátil do Switch, então é um problema do próprio jogo.
O enfrentamento é bem simplório e envolve exclusivamente um esmagamento insano de botões. Cada tartaruga tem um ataque comum, um dash, um ataque especial e um acessório secundário (podendo variar entre shurikens, correntes etc.). Apesar de oferecer sua cota de estratégia, no geral você só vai se preocupar em desviar dos ataques inimigos e metralhar o botão de ataque padrão.
O jogo sempre enche a tela de inimigos, então é muito fácil ficar cercado e trazer uma surra. Independente do seu grau de poder, os oponentes costumam usar exclusivamente um tipo de ataque, então é praticamente como jogar um MOBA. Um detalhe que achei estranho é o fato do personagem atacar de forma automática na direção do inimigo mais próximo, independente da distância em que ele esteja. Isso faz com que a tartaruga vá para uma direção oposta da desejada, dando a impressão de que não está respondendo seus comandos adequadamente.
Quando limpamos uma sala, ganhamos um upgrade aleatório (que sempre pode ser escolhido dentre algumas opções) e prosseguimos para a próxima, repetindo o processo até chegar no chefe. Entre uma tentativa e outra, ainda é plausível comprar upgrades definitivos para as tartarugas no seu QG dos esgotos, então teoricamente, cada run é mais fácil que a última.
No Switch, o jogo está com uma performance aceitável, apesar de sofrer quedas brutas no framerate quando a tela se enche de inimigos. Hades sofria do mesmo mal, mas não podemos deixar de frisar que era um jogo bem mais bonito, visualmente falando. Ao jogar em multiplayer local, a situação tende a ficar um pouco pior, mas nada que torne a experiência “injogável”.
Teenage Mutant Ninja Turtles: Splintered Fate é um começo promissor para as Tartarugas Ninjas nos roguelites. Ele não é complicado e divertido, além de ter a vantagem de ser mais acessível e oferecer o modo de multiplayer co-op. Para quem é fã dos personagens, certamente vale dar uma oportunidade, ainda que não seja a experiência mais crocante que poderíamos ter dentro do gênero.
Fonte: Portal do Nerd