Pescadores artesanais que vivem da pesca em Itanhaém estão sendo prejudicados com a Maré Vermelha. Um exemplo é o pescador Almir Rodrigues, conhecido como Mime, de Itanhaém.Ele cita os prejuízos com a proibição do Governo de São Paulo em extrair e vender os moluscos bivalves, como ostras, mariscos e mexilhões nos municípios do litoral sul – Praia Grande, Itanhaém, Peruíbe e em Cananéia, no Vale do Ribeira.
A proibição se deu devido ao fenômeno Maré Vermelha e a presença de biotoxinas produzidas por microalgas marinhas.
Rodrigues, que trabalha existe em torno de 35 anos, com a extração de mariscos e a pesca artesanal, afirma que a situação fica bastante difícil aos pescadores artesanais que dependem das vendas dos moluscos em Itanhaém.
Ele já age na pesca artesanal desde a época do seu pai, na Praia dos Pescadores, um dos locais mais tradicionais para a venda de peixe fresco na Cidade. Tem um boxe com a venda de camarão, caranguejos, mariscos e ostras, no local.
“Está difícil a situação, já que vivemos com as vendas de ostras e mariscos. Somos em quatro pescadores que vivem do sustento desses moluscos na Praia dos Pescadores. Nunca havia acontecido a maré vermelha com a ostra,e é a primeira vez essa proibição de trabalhar”, desabafa.
Lembra que já havia ocorrido, existe cinco anos, a proibição da extração do marisco através do mesmo motivo, por um mês.“Já estamos há 15 dias sem poder vender mariscos, ostras ou mexilhões. As contas não esperam”.
Rodrigues age ainda com a pesca do camarão de arrasto. Apesar de ter barco de pesca, ele explica que fica existe um mês sem poder sair porque o mar não fica favorável.
“Minha principal fonte de renda é o marisco, a ostra e o caranguejo. Trabalhei essa semana somente com a venda caranguejo, foi a minha única renda”.
Com a liberação da venda de ostras em Cananéia, Rodrigues afirma que já pode comprar os moluscos dos viveiros de Cananéia para revender em Itanhaém.
“Há anos que já trabalhamos com a ostra de Cananéia, que é a de melhor qualidade.Mas os mariscos ainda estão proibidos de retirar dos pontos em Itanhaém. Em período normal, o marisco é tirado na Prainha dos Pescadores ou na praia do Cibratel”, frisa.
De acordo com o pescador, eles não são avisados sobre a liberação pelos órgãos do Governo. “Ninguém avisa nada, ficamos sabendo pelo jornal na televisão ou tiramos, comemos e fazemos o teste pra ficar sabendo”, completa.
Rodrigues acredita que a liberação da venda do marisco vai ocorrer até o final do mês.Mas, no mês de setembro, já começa o momento do defeso do marisco, que vai até o mês de dezembro, sem poder extrair o marisco.
O defeso do caranguejo será nos meses de outubro e novembro. E o da ostra é de 18 de dezembro a 18 de fevereiro. Nesses momentos, os pescadores recebem o seguro defeso.
Liberação
Na segunda-feira (19) houve o anúncio do Governo do Estado sobre a liberação da retirada de moluscos bivalves como mariscos, mexilhões e ostras provenientes de cultivos das cidades de Cananéia – em Porto Cubatão e Itapitangui, de Cigarras em São Sebastião e de Itapema em Ilhabela, no litoral paulista.
Apesar da liberação, os municípios do litoral sul – Peruíbe, Itanhaém e Praia Grande ainda não estão liberadas. A proibição ocorreu no último dia 12 de agosto, confirmando a chegada do fenômeno Maré Vermelha.
A decisão se deu depois de a análise de resultados obtidos em coletas realizadas nos últimos dias 13 e 14 deste mês através da Secretaria de Agricultura e Abastecimento m através da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) e reverte a suspensão de consumo e comércio de moluscos bivalves provenientes de fazendas marinhas dessas regiões monitoradas.
O Governo diz ainda que novas coletas serão realizadas com o intuíto de alcançar o monitoramento de todas as regiões de cultivo do litoral paulista.
A suspensão do consumo e da venda de moluscos bivalves no Estado ocorreu depois de relatórios de ensaio de amostras de água coletada através da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb)e através da Coordenadoria de Defesa
Agropecuária da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo no momento de 28 de julho a 5 de agosto deste ano. Foram detectadas a presença de biotoxinasproduzidas por microalgas marinhas acima do valor permitido.
Seis pessoas são intoxicadas em Peruíbe
A Secretaria Municipal de Saúde em Peruíbe constatou que seis pessoas permaneceram com suspeita de intoxicação através do consumo de mariscos na Cidade. Todos são de uma família de pescadores e moram no bairro Jardim Itatins.
De acordo com a Vigilância Epidemiológica, nenhum dos casos foi necessário internação.
A Vigilância Sanitária afirma que três estabelecimentos que apresentaram estoques de moluscos bivalves tiveram seus estoques interditados, de forma cautelar, na Cidade. Os outros estabelecimentos apresentaram produtos de outras regiões, como Fortaleza, Santa Catarina, Chile ou era de data anterior à proibição.
A prefeitura de Itanhaém informa que não existe produção industrial de ostras e mariscos no município e que o comércio desses produtos foi proibido na Cidade.
Diz ainda que foram feitas orientações nos locais onde os pescados são comercializados. E que, até o momento, não houve nenhum caso de internação ou atendimento devido ao consumo desses moluscos.
Com informações do Diario do Litoral