A Área da Baixada Santista vem sendo tomada quase que todos os dias por um intensa neblina e isso não é de hoje. Mas, existe uma novidade: agora, a fumaça das queimadas da Amazônia fica interferindo e elevando o efeito do nevoeiro.
Perguntado, o meteorologista da Defesa Civil de Santos, Franco Cassol, explica, inclusive, como o fenômeno tem se composto na Área.
“Aparentemente tem relação sim [com as queimadas da Amazônia]. Porque não é normal essa neblina tão persistente”, afirma. “Não é normal que aconteça no dia todo ou em qualquer momento. O nevoeiro normalmente realiza-se em horários em que existe queda da temperatura. Então, como fica acontecendo, de forma tão persistente ao longo do dia, é anormal”.
Cassol também explicou ao Diário como a fumaça das queimadas interfere e ajuda na formação do nevoeiro.
“Esses materiais de fumaça, essa fuligem, ela atua como o núcleo de condensação de nuvens, que é o termo correto. A umidade que está no ar entra em contato com essa fuligem e forma gotículas de água, que formam uma nuvem”, conta.
Por isso, é normal que, caso você tenha passado através da neblina, tenha sentido a sensação de chuvisco. “Em alguns momentos até isso pode virar uma garoa, mas não é comum. Vale lembrar que o nevoeiro e a chuva são duas coisas diferentes”, diz.
Muito importante relembrar que a forte neblina tem paralisado a travessia de balsas e fechado o Porto de Santos continuadamente, gerando prejuízo financeiro para a Baixada Santista e para a economia nacional.
Vai continuar?
Segundo Cassol, existe uma boa probabilidade do nevoeiro voltar a ocorrer. “Pelo menos até o final de semana vai ficar mais ou menos a mesma massa de ar. Então, com essa fumaça aqui, com essa umidade que a gente tem também, pode acabar formando de novo essa névoa”.
Quando isso vai acabar?
O meteorologista afirma que para a névoa ir embora de vez, seria necessário o avanço de uma frente fria para provocar chuva e assim limpar esse material articulado que fica no ar.
Em seguida, seria preciso entrar um ar com uma característica diferente, sem a influência da fumaça das queimadas.
“Mas, pelo menos até o final de semana, isso não vai acontecer e aí a probabilidade de formar de novo a neblina em alguns períodos é alta”, afirma Franco.
Com informações do Diario do Litoral