A começar do próximo sábado (17), o Brasil recebe a 17ª Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA). É a primeira vez que o país é anfitrião do acontecimento desde 2012.
A competição é coordenada através do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e o Observatório Nacional. Ela ocorrerá no município de Vassouras, no interior do Rio de Janeiro, reunindo 237 estudantes de 53 países diferentes.
O Brasil marca presença na IOAA desde a primeira edição do acontecimento. Ele iniciou em 2007 na Tailândia, e contou com 21 nações. Alunos de ensino médio de todos os cantos do mundo se reúnem para fazer provas e aprender sobre as diferentes culturas representadas. Cada país pode trazer delegações de cinco alunos e dois chefes.
A IOAA desse ano vai ser a maior já realizada. Os novos países que participam incluem Arábia Saudita, Nova Zelândia e Uruguai.
Como funciona
O Brasil tem uma competição nacional, a Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA). Quem nos representa na IOAA são os vencedores da OBA. A deputada federal Tábata Amaral (PSB), por exemplo, já foi medalhista da OBA e da IOAA. Esses eventos contribuíram para seu interesse em estudar astrofísica e ciência política na Universidade Harvard.
A primeira IOAA no Brasil ocorreu 12 anos atrás, também lá em Vassouras. A decisão do local que irá sediar os jogos astronômicos continua alguns critérios. “Um ponto fundamental para ser escolhido como sede é ter apoio governamental para a realização do evento”, diz Ricardo Ogando, vice-coordenador geral e coordenador do comitê acadêmico do acontecimento. “E, se não houver olimpíadas nacionais de astronomia, o país deve começar a organizá-las, de modo a selecionar integrantes do time nacional dando chance a todos participarem.”
Os que participam brasileiros, além de irem bem na OBA, passam por um treinamento com astrofísicos profissionais, como Ricardo. Neste ano, ele não participou dessa fase de capacitação porque fica no comitê responsável pelas provas da IOAA. As delegações brasileiras sempre têm através do menos uma pessoa de gênero feminino.
Em 2021, o Brasil conseguiu sua primeira medalha de ouro na IOAA. O acontecimento ocorreu em Bogotá, na Colômbia.
Como será a edição brasileira
O que realiza-se numa olimpíada de astronomia? Quem descobrir uma nova estrela primeiro ganha? Não, mas saber onde estão as estrelas conhecidas no céu já ajuda.
São muitas modalidades de provas. No teste em grupo, estudantes de países diferentes se unem para resolver um problema – e o primeiro grupo que completar o desafio ganha. Existe também uma prova teórica individual de dez questões, além de testes de análise de dados e provas observacionais, em que os que participam identificam constelações no céu.
A IOAA não começa, de cara, com as provas. “Os exames não são impostos aos times, mas discutidos previamente, verificando se estão claros e objetivos”, explica Ricardo. Os problemas precisam ser traduzidos para diversas línguas e funcionar igualmente bem para todos.
Depois que as provas acontecem, a correção das questões pode ser indagada e os resultados poderão ser repensados, como ocorreu na final da ginástica nas Olimpíadas de Paris. Depois disso, os estudantes são ranqueados pelas notas, e as disputas de medalhas são decididas.
E os anfitriões brasileiros, será que vão honrar a camisa? “A expectativa é que o time brasileiro faça bonito em casa”, confia Ricardo. A gente fica torcendo daqui.
A 17ª Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica vai ocorrer no Brasil de 17 a 27 de agosto.